A violência doméstica é crime

O Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica e o CascaiShopping voltam a estreitar a sua parceria para chamar a atenção para o flagelo da violência doméstica.

Nos próximos tempos, vai encontrar informação sobre como lidar com este crime público, na Loja Cascais do nosso Centro. Por aqui encontrará não só folhetos mas também quatro vídeos em que o foco são as mulheres-vítimas, confirmou Sónia Franco, Técnica Superior Divisão de Desenvolvimento de Recursos Sociais da Câmara Municipal de Cascais, que adiantou que é uma meta deste Fórum fazer igualmente uma campanha dirigida às vítimas masculinas da violência doméstica.

A autarquia de Cascais relança esta campanha na sequência de estatísticas que continuam desanimadoras: 75% dos crimes reportados nos mais de 12.086 processos de apoio abertos pela Associação de Apoio à Vítima (APAV) em 2017 foram de violência doméstica. O objetivo é sensibilizar a sociedade mas também as mulheres vítimas para a tomada de consciência da sua situação.
Tome conhecimento das respostas essenciais que podem marcar a diferença e conheça os quatro vídeos produzidos no âmbito desta campanha.

O que é o Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica?

Trata-se de um conjunto de cerca de 40 instituições, de natureza pública e privada, com intervenção em áreas diversificadas – social, saúde, educação, deficiência, envelhecimento, infância, juventude, justiça e forças de segurança – que se organizam enquanto plataforma com o objetivo de prevenir e combater a violência doméstica no concelho de Cascais, através da articulação institucional e da intervenção em rede.

O que é afinal a violência doméstica?

A violência doméstica é um fenómeno complexo, com graves consequências a nível individual, familiar e social, que exige uma intervenção concertada e multidisciplinar. Traduz uma variedade de comportamentos utilizados por uma pessoa para controlar e dominar outra com quem tem, ou teve, uma relação íntima ou familiar. A violência doméstica resulta de um comportamento violento continuado ou de um padrão de controlo coercivo. Raramente é um acontecimento pontual e tende a aumentar com o tempo em frequência e gravidade.  A violência doméstica é um fenómeno transversal na sociedade, ocorre independentemente da idade, sexo ou condição socio-económica.  A maioria das vítimas é do sexo feminino e os agressores do sexo masculino.

A violência doméstica é um crime público e pode ser denunciado por qualquer pessoa?

Sim, porque viola os direitos humanos, põe em causa o bem-estar das vítimas e o desenvolvimento das crianças envolvidas, ameaça as famílias, as comunidades em que se inserem e a sociedade como um todo.

De que forma o Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica intervém?

Promove o conhecimento do fenómeno da violência doméstica no concelho de Cascais, numa lógica de investigação e de ação; previne comportamentos violentos em pessoas adultas, jovens e crianças; proporciona respostas de qualidade a vítimas nas diversas instituições do Concelho de Cascais e tenta minorar os impactos diretos e indiretos da violência; intervém junto de agressores conjugais com o objetivo de diminuir a reincidência e prevenir a (re)vitimação; e disponibiliza uma resposta habitacional temporária e diferenciada às vítimas.

Como saber se é vítima de violência doméstica?

Nos quatro vídeos em exibição na Loja Cascais, no CascaiShopping, vai encontrar quatro perguntas – que nós replicamos aqui. Se responder afirmativamente a uma (ou mais), sabe que está a ser vítima de violência doméstica. Não se deixe isolar, existem serviços especializados que a podem apoiar.

É controlada nos locais onde vai ou seguida?

Se se encontra numa situação em que a pessoa com quem tem ou teve uma relação de intimidade, controla ou tenta controlar os seus movimentos, restringindo a sua liberdade pessoal e sente que não consegue escapar, poderá estar a ser vítima de violência doméstica.

O seu companheiro já lhe bateu ou se impôs fisicamente fazendo-a sentir-se desconfortável?

A violência doméstica assume muitas formas e raramente se reduz a um acontecimento isolado. Neste crime incluem-se não só as agressões físicas graves mas qualquer tipo de maus-tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações de liberdade e outros comportamentos abusivos.

Já se sentiu forçada a ter relações sexuais contra a sua vontade?

A violência sexual no contexto de um relacionamento íntimo inclui qualquer comportamento em que o agressor força a companheira a protagonizar atos sexuais (relações sexuais ou outros atos de índole sexual) que esta não deseja. Nenhuma forma de abuso sexual é justificável.

O seu companheiro alguma vez a proibiu de falar com amigos ou familiares?

O carácter privado da vida familiar, a dependência económica e/ou afetiva em relação ao agressor, a dificuldade em aceitar a rutura do relacionamento, o medo de novas agressões e o desconhecimento sobre os apoios disponíveis, são alguns dos motivos que impedem as mulheres de procurar ajuda, ou de dar a conhecer a sua situação.

Nunca é demais repetir: não se deixe isolar, existem serviços especializados que a podem apoiar!

Na dúvida contacte:

APAV: 214 664 271

apav.cascais@apav.pt

Espaço V: 210 994 321

espacov.cascais@gmail.com

Para todos aqueles que se queiram solidarizar com este tema, no dia 28 de abril, pelas 9h, decorrerá a Caminhada Laço Azul, a partir da Praia da Duquesa. No final desta caminhada, pelas 11h, junto à Praia do Tamariz, será formado um Laço Azul Humano, símbolo que pretende alertar para este problema.

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