O que é isto de ser millenial?

Soa a futurista mas não, eles são o futuro no presente. São a geração nascida (principalmente) nos anos 90, que não concebe um mundo sem iPhones, iPads, iPods e “pode dar-me a password do wifi, sff!”. Kendall e Kylie Jenner encabeçam a lista.

Chamar-lhes millenials é o mesmo que chamar-lhes geração y. São apenas nomes para definir aqueles que nasceram numa era já tecnológica, em que o mercado de trabalho e as relações interpessoais já passavam pelo mundo virtual. Mundo esse que alterou a vida real para sempre, tornando-a mais veloz, mais abrangente e mais centrada no eu. Ao contrário das gerações anteriores, a geração y não conhece outra realidade.

As redes sociais (ou o uso que fazemos delas) são um espelho desta nova sociedade. A forma é prioritária; o conteúdo fica em segundo plano e circula sem limites, sem fundamentos, sem consequências. Partilha-se cada vez mais e diz-se cada vez menos. E assim surgem os fenómenos dos influencers.

Mede-se-lhes a influência pelo número de likes, de reposts, de comentários e de views, em blogues ou redes sociais. A lógica é partilhar tudo com os seguidores e fazê-los sonhar e desejar uma vida mais bonita que a que têm. E, apesar de sabermos que todos temos de vez em quando um mau dia ou uma má cara, os millenials parecem imunes a estas maleitas mundanas. E nós gostamos disso.

Exemplos disso, dos EUA para o mundo, são nomes como Kylie e Kendall Jenner. Filhas de empresários e socialites, cresceram nas luzes da ribalta, diante dos nossos olhos num reality show – “Keeping Up With The Kardashians”. Kylie, aos 19 anos, tem como principal negócio o dos lip kits (batons). Kendall tem 21 e é, não modelo, mas supermodelo, com contratos milionários e convites das marcas mais prestigiantes do universo da moda.

Apenas uma fotografia publicada no Instagram de Kendall ou de Kylie, com 80 e 94 mil seguidores respetivamente, rende às irmãs, mais coisa menos coisa, 400 mil euros.

Estas figuras-fenómeno das redes sociais parecem ser tudo aquilo que todas as miúdas (e mulheres!) desejariam ser. Viajam constantemente, têm armários infinitos, marcam presença nas melhores festas, têm maquilhadores e cabeleireiros pessoais, vivem em mansões que mais parecem hotéis. E por isso nós queremos ver, queremos saber, acompanhar; entrar nessa janelinha para um mundo inalcançável. E por isso pagamos para ver. Não pagamos com dinheiro mas pagamos com tempo e com dados.

Tempo, que como disse Pepe Mujica, presidente do Uruguai, é a única coisa que não se consegue ganhar, “porque a vida não se ganha, a vida gasta-se”.

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