Animais de companhia: 8 dicas para as férias de Verão

Após vários meses de confinamento, restrições e precauções, o regresso à normalidade está cada vez mais próximo de se tornar realidade. Desta forma, embora as medidas de segurança e de proteção sejam ainda fatores que não devem ser descurados, já se começam a fazer planos para as tão aguardadas férias de verão com os mais próximos: família, amigos e é claro, com os animais de estimação.

Por esse motivo, para garantir a segurança dos animais de estimação e a nossa, no momento de viajar com eles, é necessário ter em conta uma série de normas. O ideal é planificar a viagem com antecedência, tendo também em conta as suas necessidades concretas. Assim, deverá ponderar o local de destino, as horas de viagem e o meio de transporte a utilizar.

Neste artigo, o CascaiShopping, em parceria com o Centro de Proteção Animal de Cascais, apresenta 8 dicas a ter em conta para viajar com o seu animal de estimação.

 

1. Check-up prévio à viagem

Se vai viajar, consulte o médico veterinário assistente: ser-lhe-á feito um check-up e o tutor será informado acerca das vacinas que são obrigatórias no país de destino; se necessário, será emitido um certificado que ateste a boa saúde do animal. Pode também precaver-se com alguns medicamentos básicos para o seu animal, como:

  • Uma solução para limpar os ouvidos
  • Uma pomada anti-inflamatória
  • Um antidiarreico
  • Analgésicos e anti-inflamatórios
  • Gazes, água oxigenada, etc.
  • Produtos antiparasitários

Será igualmente importante ter o contacto de algum veterinário no destino de férias. Em caso de necessidade, é recomendável ter toda a informação possível.

 

2. Vacinas em dia

Antes de embarcar em viagens nacionais ou internacionais — de carro, comboio ou avião — é preciso reunir os comprovativos de vacinação e atestados de saúde fornecidos pelo médico veterinário assistente.

Também deve ter consigo o número de identificação eletrónica do animal: o implante do microchip, caso o animal por algum motivo se perca, sendo assim mais facilmente identificado.

 

3. Alimento habitual do animal

Deve-se evitar mudar a dieta habitual durante a viagem, para não provocar indigestões e transtornos gastrointestinais. É provável que no destino de férias não seja possível encontrar a mesma dieta que o animal consome em casa, por isso recomenda-se levar uma embalagem da dieta habitual ou uma porção da dieta num saco ou recipiente.

 

4. Viajar de carro

Dentro do carro é necessário adotar medidas de segurança em função do tipo de animal que viaja com a família. Desde transportadoras e arneses de fixação até redes ou barras de separação: existem várias formas de manter o nosso animal de estimação seguro durante a viagem.

Se forem animais pequenos, pode utilizar o saco de viagem. Seja qual for a escolha, é necessário assegurarmo-nos de que o animal se encontra protegido no caso de travagem. Os animais devem viajar presos com cintos de segurança próprios ou na bagageira aberta do carro, desde que esteja separada do habitáculo.

Os gatos devem viajar na caixa de transporte bem presa com o cinto de segurança, para não oscilar muito. Convém que estejam familiarizados com a transportadora e que a reconheçam como um local onde possam esconder-se e sentir-se seguros.

E não se esqueça da hidratação! Durante o trajeto é necessário hidratá-lo sempre que se faça uma paragem (a cada 2 horas) e que seja alimentado à chegada ao destino. As paragens permitem igualmente que o animal possa brincar.

 

5. Viagens noutro meio de transporte

Se vai viajar de avião, reveja as características aceites pela companhia aérea antes de embarcar. A viagem de avião pode ser stressante para o animal de estimação, sobretudo se for obrigado a viajar no porão, longe dos seus donos.

Por outro lado, se a viagem durar mais do que o habitual podem sofrer de algo parecido com o nosso jet lag: isto pode manifestar-se sob a forma de problemas digestivos e irritabilidade. Se um animal viajar de avião não é aconselhável sedá-lo, já que o uso de sedativos aumenta o risco de problemas cardíacos e respiratórios durante o voo, principalmente nos cães de focinho achatado. Além disso, com a sedação o animal não consegue equilibrar-se e é mais fácil que sofra quedas, se não estiver bem preso.

Nos comboios de longa e média distância e no AVE (TGV) só são admitidos gatos ou cães que não pesem mais de 10 kg e sempre dentro de uma transportadora. O animal viaja ao pé do dono mas, se causar incómodo aos outros passageiros, por exemplo devido ao seu comportamento, a companhia pode obrigar o dono e o seu animal de estimação a mudar de carruagem, ou inclusive a abandonar o comboio.

Para quem vai viajar de barco, esta opção costuma ser longa e os animais viajam frequentemente longe do dono, numa área do barco destinada exclusivamente aos animais de estimação e equipada com boxes individuais. Se o animal tiver náuseas no carro, é mais provável que as tenha se viajar de barco. Neste caso, é aconselhável recorrer a algum produto específico para as náuseas.

 

6. Coloque tudo na mala

Certifique-se que tem tudo o que precisa para o bem-estar do seu patudo. Poderá precisar dos seus produtos de cuidados de higiene: champô, escova para o pelo, trela (no caso dos cães), cama e brinquedos favoritos, bebedouro de viagem e comida. Além disso, não se esqueça dos sacos para os dejetos.

 

7. Leve todos os seus documentos

Tal como todos nós, os animais devem estar devidamente identificados. Os seus donos são responsáveis por garantir que isso acontece. Assim, não se esqueça de levar uma pasta com todos os documentos do seu animal: o registo na Junta de Freguesia, o boletim de vacinas e o documento identificativo, uma espécie de cartão de cidadão para os animais.

Se viajar para fora de Portugal, o seu animal também precisa de um Passaporte de Animal de Companhia da União Europeia, emitido por um médico veterinário autorizado.

 

8. Estadia pet friendly

Quer seja um alojamento num parque de campismo, num hotel ou numa casa alugada ou de familiares, não se esqueça de garantir que a presença do seu animal de estimação é aceite por todos. Quanto mais calma for esta mudança para o animal, melhor para si.

Além disso, se viajar para fora do País, verifique todas as condicionantes da entrada do animal no país de destino. Isto porque a legislação diverge muito e alguns locais exigem vistos específicos ou obrigam a um período de quarentena no aeroporto.

Se viajar para fora de avião, leve o seu animal apenas e só quando a estadia for de longa duração — o stress do animal e as burocracias da viagem tendem a não compensar.

Os hotéis para animais também podem ser uma excelente alternativa — e se fizerem parte da rede de prestadores do seu seguro, melhor. É que assim pode ter acesso a várias vantagens como, por exemplo, descontos.

 

Caso não seja possível levar o seu animal de companhia consigo, existem inúmeras possibilidades às quais pode recorrer. Se noutras alturas as opções eram limitadas, hoje em dia é bem mais fácil deixar o seu fiel companheiro. Seja ele um cão, gato, tartaruga, periquito ou outro. Se não o pode levar consigo por razões logísticas, averigue a possibilidade de, por exemplo, pedir a um amigo ou familiar que cuide dele por uns meros dias.

É necessário sensibilizar a população para o facto que abandonar nunca poderá ser uma solução, em nenhuma situação. O Verão é habitualmente propício ao abandono, pelo que nunca é de mais alertar todas as pessoas com animais de estimação.

Em Portugal são abandonados mais de 10 mil animais por ano, sendo estes maioritariamente cães. É importante não querer fazer parte dos números. Pois, se o animal nunca nos abandona, nunca o poderemos abandonar também.

Hoje, 54% das casas em Portugal têm animais de estimação. No total, são 5,8 milhões de cães, gatos, pássaros e até mesmo jiboias e outras espécies exóticas e perigosas.

Segundo os dados da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), em 2020 nos Centro de Recolha Oficial de Animais foram recolhidos 31 339 animais errantes, abandonados, vítimas de maus tratos, ou outros. Os canis municipais estão sobrelotados.

Por isso, vá de férias de forma responsável. Abandono, não. Em nenhuma situação!

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