AkaCorleone: “juntei o mundo do Keith Haring ao meu”

“O meu nome é Pedro Campiche (AkaCorleone), pertenço à fantástica geração de 1985 e sou um ilustrador e designer gráfico originário de Lisboa. Oh não, ele é outro designer com uma influência do graffiti? É isso mesmo: pintar paredes e fugir de cães também me deu a obsessão pela tipografia, cores, desenhar todo o dia…”.
Foi através desta curta autobiografia que conhecemos um pouco de Pedro Campiche. Mas foi só quando o vimos a trabalhar ao vivo no CascaiShopping que conseguimos perceber verdadeiramente o significado daquelas palavras. Mais do que um “street artist”, AkaCorleone é um artista visual, multidisciplinar, que consegue metamorfosear em pouco tempo qualquer superfície que lhe apareça à frente.
Foi o que aconteceu no passado dia 3 de setembro com uma demonstração ao vivo da sua arte, num painel que acabou por servir de mote ao que poderá encontrar no CascaiShopping, de 10 de setembro a 10 de novembro, com a exposição “Keith Haring. Entre a arte, o ativismo e a moda”, da qual pode encontrar mais detalhes aqui.
Mais uma vez está aqui a sua assinatura neste trabalho do CascaiShopping, as cores primárias: o ciano, o magenta e o amarelo. Conte-nos um pouco mais sobre este trabalho.
PC – O que estou a tentar fazer aqui é pegar nos elementos icónicos do Keith Haring: o cão, o extraterrestre, a cobra, o coração, muitos elementos que estão constantemente presentes no trabalho do Keith Haring. E com o meu cunho pessoal, que neste caso tem muito a ver com a cor, porque realmente existe uma certa consistência no meu trabalho que tem a ver com as cores que uso: as cores primárias e as transparências com as cores complementares. Portanto, foi juntar dois mundos, o mundo do Keith Haring e o meu próprio e criar um terceiro mundo com esta junção.
Defina esse terceiro mundo. O que podemos esperar dele?
PC – O que o define pode ser, realmente, o que me aproxima do Keith Haring que tem muito a ver com a espontaneidade e com esta comunicação que é muito direta, de fazer algo que as pessoas reconhecem logo. Sempre achei isso interessante no trabalho do Keith Haring, que é transversal a idades, a géneros, a estratos sociais, e é algo que também me interessa fazer no meu trabalho: criar imagens que sejam de reconhecimento fácil e que as pessoas criem uma relação rápida com o trabalho.
A sua arte costuma sair à rua, mas nunca andou de comboio, ou já?
PC – Não… Sempre tive essa vontade, porque acho interessante um trabalho que viaja e que está em contacto com muita gente ao mesmo tempo. Neste caso em específico, gosto também do lado interior da carruagem, onde as pessoas podem estar meia hora sentadas a olhar para aqueles elementos e a tentar descobrir o que eles querem dizer, a descodificá-los. Acho isso muito interessante.
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