A passerelle da vida académica
O verão já é só uma recordação. Mais uma vez passou à velocidade da luz e marcou, como nos tem habituado, o desabrochar de uma multiplicidade de acontecimentos e etapas. Sempre associei a chegada do outono ao terminar de ciclos e ao arranque de outros, pautado pela sensação agridoce de saudade, mas também de entusiasmo pelas novidades que se avizinham.
Para quem, como eu, é ainda estudante, este é o período que assinala o fim das tão queridas férias e o regresso às aulas, sendo, o segundo acontecimento não tão amado por muita gente. Afinal avizinham-se, pelo menos, nove meses de trabalho, estudo e mais estudo, uma agenda que de cool tem muito pouco e um after party com cadernos, manuais e apontamentos à descrição.
Apesar de não contar decrescentemente para o termo das férias, nunca fui miúda de arrancar cabelos pelo facto de voltar às aulas, sempre vivi esta fase com alguma tranquilidade, e até entusiasmo, provisório (ao fim duas, três semanas, já preferia trocar as equações pelo protetor solar e uma tarde estendida ao sol, mas faz de conta que não), não fosse eu fã de toda a logística associada ao regresso à escola. O cheiro dos manuais novos, as horas, de alguma frustração, a forrá-los, e todo o universo das canetas coloridas e marcadores florescentes, uma alegria!
Este ano não foi exceção, ou até tenha sido, vistas bem as coisas. Penso que pela primeira vez contei os dias para o dito, não regresso às aulas, mas sim pela divulgação das colocações no ensino superior, e penso que as férias nunca me tinham parecido tão longas.
Inicia-se uma nova fase, um novo ano letivo, uma novíssima etapa na minha vida, inicia-se a universidade. Agora já não há espaço para a típica questão “O que queres ser quando fores grande?”, o grande é já uma realidade e o que se quer ser, teve de ser previamente escolhido, passando agora à prática, ao trabalho necessário para se puder vir a sê-lo.
Com tanta mudança e adaptação existem alguns tópicos, a ser tratados, que apesar de não serem diretamente necessários à vida académica conseguem ter imensa importância na nossa forma de estar, o que indiretamente (eu acredito que seja até, diretamente) nos influenciará no dia-a-dia e consequentemente no nosso desempenho.
Para quem, como eu, sempre teve especial atenção à moda e à forma como ela se adapta a cada um de nós e nós a ela, a mesma não poderá ser descuidada, de forma alguma, com a entrada para a faculdade, afinal é também através da forma como nos apresentamos que nos caracterizamos perante os outros. A aparência pode não ser tudo, assim como as primeiras impressões, mas uma coisa vos garanto, elas marcam-nos para sempre aos olhos dos outros e mesmo não sendo a universidade a New York Fashion Week, se evitarmos os rótulos, por vezes generalistas e maioritariamente injustos, melhor!
No meu caso, esta minha adaptação estilística, digamos assim, não é muito agudizada. Sendo o meu estilo maioritariamente casual, com uns pozinhos de sofisticado, que é como quem diz causalchic, sinto-me bem com ele, e acho que não necessito assim de grandes upgrades, porém, e devido à vaidade, tipicamente feminina, não quero estar abaixo do meu melhor! Para isso, e uma vez que me é necessário equacionar diversos fatores, estabeleci três máximas, que me conduzirão. São elas, conforto, prática e pinta.
Alguns investimentos terão de ser feitos e os principais passarão por jeans, muitos jeans, de diferentes cortes e lavagens, uma vez que são práticos e possibilitam umas combinações giras que se fartam
O conforto e prática estão intimamente associados, uma vez que um leva ao outro, e juntos levam-me aos transportes públicos e ao meu sprint diário, em modo Usain Bolt, para não perder o comboio ou o metro, e a pinta, pois como já disse, a vaidade não se perde com a entrada para faculdade, e a pinta também não, mesmo com as olheiras até à boca.
Com tudo isto já cheguei a algumas conclusões, ligadas, maioritariamente à estação menos quente e fria que se avizinha. Alguns investimentos terão de ser feitos e os principais passarão por jeans, muitos jeans, de diferentes cortes e lavagens, uma vez que são práticos e possibilitam umas combinações giras que se fartam; malhas, das mais finas às mais grossas, também elas de diversos cortes e tons; calçado, bom calçado, e por bom calçado entenda-se confortável, eu sei que uns Pigalle são um bom, ótimo, calçado e investimento, mas certamente não são o mais prático e confortável para atravessar a estação do Cais do Sodré a correr todos os santos dias. Por isso, além dos ténis, que felizmente existem em todas as formas e feitios, também os botins, preferencialmente de tacão largo, são uma boa opção visto ficarem bem tanto com calças como com saias ou vestidos.
Por fim, o meu departamento predileto, os sobretudos, esses fofinhos que me aquecem o coração e certamente me aquecerão o corpo nos dias de frio antártico e as queridinhas gabardines para os dias de chuva. Um bom casaco é sempre um bom investimento, e num look pode mudar tudo!
Agora, só para completar, e enquanto defensora de looks monocromáticos e do quanto divertidos podem ser, acho que nos dias em que queremos a base monocromática, mas queremos também um pop de cor, os acessórios são os nossos melhores amigos. Uma écharpe, aquelas mantas/cachecol/cobertor fofinhas, ou mesmo a mala, podem ser essa peça chave, basta terem um toque de cor que se destaque, e, magia!
Num mundo ideal, dançaríamos à chuva que nem Gene Kelly e continuaríamos giras e fofas, porém, e uma vez que isso não acontece, um chapéu de chuva é capaz de ser boa ideia (há tantos e tão giros, com cores e padrões para todos os gostos), assim como uma mala com fecho, preferencialmente espaçosa e que seja impermeável pois não queremos os apontamentos em modo aguarela, não é?! Por isso toca a adicionar estas coisas aos investimentos!
Agora é trabalhar e ser feliz, que o sol quando nasce é para todos, mesmo para os que já têm toneladas de coisas para estudar!